a: agosto 2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VOLTAR À CAVERNA, JAMAIS!

VOLTAR À CAVERNA, JAMAIS!


Edevânio Francisconi Arceno

Prof.ª Regina Küster Moraes

Curso de Pós-Graduação em História Cultural - AUPEX

12/08/09


Analisar o “Mito da Caverna” é sempre desafiador, pois força-nos a uma hermenêutica onde a matéria prima está entre a sensibilidade e o imaginário. Até mesmo o autor do Mito, o intelectual Platão, mergulhou neste dilema tentando racionalizar essa incrível viagem surreal de Sócrates, mas como racionalizar ou sistematizar o inatingível abstrato? Todo aquele que ousou e ousar, terá grande possibilidade de errar, mas todo erro aponta para um novo caminho onde possivelmente encontraremos o acerto. Nesta busca incansável pela verdade, alvo do “Mito”, muitos intelectuais contribuíram e contribui com seus erros e acertos, encaixando algumas peças deste intrigante quebra-cabeça.

Um dos mais apaixonados pelo Mito foi o filósofo alemão Martin Heidegger, que produziu um ensaio com o título “A doutrina de Platão sobre a verdade”, onde acredita que o Mito pode conceituar a verdade. Afirma que a filosofia é a educação e caminho para esta verdade. Heidegger nos faz acreditar que o Mito da Caverna nos diz que olhar para a direção certa, exata e rigorosa é a chave para se obter a verdade absoluta.

Neste mundo analítico encontramos entre muitos, o nosso homem da caverna Piteco, personagem das histórias em quadrinhos criado pelo desenhista Maurício de Souza, que nos faz uma revelação surpreendente, alertando-nos para o fato de que de certa forma ainda estamos numa caverna. Em uma viagem no tempo através das tirinhas, o personagem encontra os mesmos homens plantados em frente à televisão, vivendo uma realidade muito semelhante, mas não é a deles. Ainda estamos acorrentados por campanhas previamente coordenadas para manter-nos cada vez mais alienados da realidade existente.

Nossa professora de Artes Visuais, disse-nos que certa vez Michelangelo depois de terminar sua estátua Moisés, bateu com o martelo na obra e gritou: Porque não falas? (Perché non parli), pois acreditava que a missão do escultor era libertar as formas existentes que estavam dentro da pedra, apropriando-nos disso, embasaremos nossa análise do “Mito da Caverna”.

Cremos que desde a criação do mundo, ou seja, algum tempo antes de Sócrates e Platão, o mundo já era o que é hoje, e o mundo cotidiano é muito mais do que vemos, pois seus elementos naturais e tecnológicos já estão dentro da Pedra, apenas esperando os escultores. Assim como Sócrates, Platão, Heidegger, Piteco, Mauricio, e outros, nós também vemos apenas sombras do porvir. Nosso ambiente é uma enorme Caverna, delimitada por contextos e temporalidades e estas sombras que evidenciamos, são apenas reflexos de uma realidade longínqua, mas que também pode estar bem perto, pois a luz da razão que as faz refletir está mais forte do que nos tempos de Sócrates, mas quem poderá mensurar sua intensidade?

Não é fácil deixar a caverna! Muitos creditam isto à comodidade, mas não é apenas isto que nos detém na Caverna, existem muitos obstáculos à frente, que nem sequer conhecemos ,pois temos que nos livrar primeiro das correntes. Estas correntes, não são fáceis de serem quebradas, pois seus elos foram forjados no fogo do preconceito, alimentado pela queima do senso comum, que nos chega, por ambíguos lenhadores, que apesar da simplicidade aparente, estão extremamente comprometidos com aqueles nos observam do topo da Caverna.

Apesar de tudo, pode-se enfrentar as correntes, os obstáculos, as luzes e finalmente se libertar. Aconselhamos aos que conseguirem realizar este feito aconselha-se para não cometer o mesmo erro de outros. Como todos sabem, todos aqueles que voltaram para avisar sobre sua descoberta, pagaram um preço. Sócrates pagou com a vida, Heidegger sabe-se lá! Podemos imaginar que não foi fácil em uma sociedade manipulada por poucos, afirmar que a verdade está no nosso olhar, e não fora dele. Quanto ao Maurício de Souza, acreditamos que não foi fácil, esperar terminar todos os resquícios da ditadura Militar no Brasil, para demonstrar aos brasileiros que a televisão nos afasta da realidade, condiciona nossos pensamentos e ameniza as barbáries cometidas pelos poderosos.

Como historiadores, sabemos que os acontecimentos passados, servem para nos ensinar a não cometer os mesmos erros, então, jamais voltaremos para contar as maravilhas que vislumbramos aqui fora, como por exemplo, o tele-transportador que nos leva em um segundo até Marte e em cinco até Júpiter, as novas florestas amazônicas que foram implantadas, uma em cada continente e dez em cada Planeta, e a maior de todas as maravilhas, a verdadeira origem do Homem. Estas e muitas outras “Novidades” estão todas aí, bem na sua frente, apesar de sua existência em ficar na caverna. Não voltaremos para avisar ninguém, no máximo mandaremos um email, ou talvez até façamos um artigo relatando todas estas maravilhas que descobrimos, porém voltar à caverna jamais, afinal ninguém quer morrer!

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE RESPONSABILIDADE DE TODOS

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
RESPONSABILIDADE DE TODOS


MARCELO TAVARES

* o autor é Geógrafo, Pós-Graduado em Projetos Interdisciplinares e Práticas Pedagógicas e em Gestão de Negócios com ênfase em Marketing de Vendas

A tão sonhada educação de qualidade vai muito além da teoria que pressupõe em fazê-la utilizando-se das mais modernas receitas de aprendizagem, devendo estas, estarem inseridas em um processo educacional onde todos tenham acesso à escola, livros didáticos, merenda e professores qualificados - o discurso de sempre. Devemos entender que a qualidade que precisamos alcançar, permeia caminhos bem mais complexos, onde a permanência dos nossos alunos nas escolas, que agora buscam maior atratividade, torna-se um dos importantes medidores dessa situação privilegiada. Exemplos de atuações eficientes iguais as do Projeto de Educação Sócio-Ambiental Ser Cidadão e da Casa da Juventude (ambos desenvolvidos em Garuva), permitem a (re) construção de uma escola feliz, autônoma e competente onde esta, por sua vez, passa a propor trabalhos coletivos de interações e de trocas não somente entre a comunidade escolar interna, mas também - e essa é a parte inovadora, com a sociedade em geral onde paradigmas sociais serão modificados levando a promoção do surgimento de cidadãos que busquem mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de alternativas, da crítica, da solidariedade e das relações que surgem entre todos. Nessa proposta, as escolas precisam estar estruturadas como redes e orientadas por um propósito comum – a aprendizagem e os profissionais que se encorajam fazer educação devem reordenar suas ações. Iniciar estancando reclamações infundadas não pautadas numa melhoria coletiva, e em caráter emergencial, proporcionar um trabalho de construção de um universo educacional pólo gerador do conhecimento científico, capaz de suprir as demandas sociais dentro de uma dinâmica de troca e fluxo de informação, que gera um clima de compromisso de toda a comunidade com as questões locais e com a qualidade da educação. Portanto, com base nas características que são fatores de grande impacto para o sucesso da educação, é possível definir algumas atitudes que aproximam a escola do patamar da qualidade esperada, como por exemplo, a aprendizagem como foco principal, a gestão democrática e inclusiva, o planejamento estratégico e a avaliação como ferramenta norteadora do processo de ensinar e de aprender. Sejam todos muito bem-vindos à instituição escola que, a muito tempo, anseia pela sua presença ativa, sugerindo soluções, resgatando valores e maximizando a grande importância da comunidade no processo de construção do conhecimento – o que é direito de todos.

A GESTÃO DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA

A GESTÃO DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA


MARCELO TAVARES


* o autor é Geógrafo, Pós-Graduado em Projetos Interdisciplinares e Práticas Pedagógicas e em Gestão de Negócios com ênfase em Marketing de Vendas


Talvez no decorrer do processo de busca pela inovação exigida, perde-se o real entendimento da palavra democracia ao empregá-la, de maneira solitária, como sendo a ferramenta norteadora de processos e ações – e isso não é uma inverdade, porém, as intenções das práticas democráticas comuns dos discursos pouco criativos e nada originais precisam ir além, permeando caminhos que impulsionem o coletivo a agir em prol da melhoria harmoniosa da qualidade de vida de uma nação. Ao desvincular democracia de coletividade, a ação proposta perde sua sustentabilidade, nos levando a questionar atitudes arbitrárias de predileção desacompanhadas de justificativas responsáveis e coerentes com as expectativas do contexto. Então como praticar ações democráticas que levem ao sucesso de todos? Como planejá-las? Sustentá-las? Adaptá-las? O século da informação imediata, com certeza, possui também essas respostas que precisam ser aplicadas em todos os ambientes, sejam eles, empresariais, educacionais, públicos ou privados. No tocante ao universo escolar, a gestão democrática deve estar vinculada aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da escola, desenvolvendo competências de lideranças como forma para se chegar a um processo ensino-aprendizagem de qualidade e uma escola de excelência. O gestor que transforma a democracia em perspectiva de mudança “conduz o conjunto de professores à maior participação e à maior implicação nas tomadas de decisões”. (VALÉRIEN, 1993, p. 15). Uma democracia é uma comunidade inclusiva onde as pessoas fazem parte do processo de construção de padrões para a qualidade nas escolas. Acredito em panoramas estruturados em redes onde o professor não é figura solitária, mas sim, articulador multidisciplinar capaz de facilitar a aprendizagem de todos e de cada um. Assim inovamos pela democracia, seja ela objeto de sonhos solitários ou simplesmente apelos infundados de gestores pouco preparados.

PARCEIROS DA APRENDIZAGEM

RESPONSABILIDADE DE TODOS

MARCELO TAVARES

* o autor é Geógrafo, Pós-Graduado em Projetos Interdisciplinares e Práticas Pedagógicas e em Gestão de Negócios com ênfase em Marketing de Vendas


A tão sonhada educação de qualidade vai muito além da teoria que pressupõe em fazê-la utilizando-se das mais modernas receitas de aprendizagem, devendo estas, estarem inseridas em um processo educacional onde todos tenham acesso à escola, livros didáticos, merenda e professores qualificados - o discurso de sempre. Devemos entender que a qualidade que precisamos alcançar, permeia caminhos bem mais complexos, onde a permanência dos nossos alunos nas escolas, que agora buscam maior atratividade, torna-se um dos importantes medidores dessa situação privilegiada. Exemplos de atuações eficientes iguais as do Projeto de Educação Sócio-Ambiental Ser Cidadão e da Casa da Juventude (ambos desenvolvidos em Garuva), permitem a (re) construção de uma escola feliz, autônoma e competente onde esta, por sua vez, passa a propor trabalhos coletivos de interações e de trocas não somente entre a comunidade escolar interna, mas também - e essa é a parte inovadora, com a sociedade em geral onde paradigmas sociais serão modificados levando a promoção do surgimento de cidadãos que busquem mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de alternativas, da crítica, da solidariedade e das relações que surgem entre todos. Nessa proposta, as escolas precisam estar estruturadas como redes e orientadas por um propósito comum – a aprendizagem e os profissionais que se encorajam fazer educação devem reordenar suas ações. Iniciar estancando reclamações infundadas não pautadas numa melhoria coletiva, e em caráter emergencial, proporcionar um trabalho de construção de um universo educacional pólo gerador do conhecimento científico, capaz de suprir as demandas sociais dentro de uma dinâmica de troca e fluxo de informação, que gera um clima de compromisso de toda a comunidade com as questões locais e com a qualidade da educação. Portanto, com base nas características que são fatores de grande impacto para o sucesso da educação, é possível definir algumas atitudes que aproximam a escola do patamar da qualidade esperada, como por exemplo, a aprendizagem como foco principal, a gestão democrática e inclusiva, o planejamento estratégico e a avaliação como ferramenta norteadora do processo de ensinar e de aprender. Sejam todos muito bem-vindos à instituição escola que, a muito tempo, anseia pela sua presença ativa, sugerindo soluções, resgatando valores e maximizando a grande importância da comunidade no processo de construção do conhecimento – o que é direito de todos.