QUALIDADE NA EDUCAÇÃO É

COMPROMISSO DE TODOS

Marcelo Tavares

Geógrafo

Acredito que no universo escolar, a gestão que se diz democrática, coletiva e participativa deve primeiramente estar vinculada aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da Escola, desenvolvendo competências de lideranças como forma para se chegar a um processo de ensinar e de aprender pautado na qualidade e na excelência. O gestor capaz de transformar a democracia em perspectiva de mudança “conduz o conjunto de professores à maior participação e à maior implicação nas tomadas de decisão”. (VALÉRIEN, 1993, p.15). Oferecer educação de qualidade é manter um Universo Escolar apto a praticar a democracia onde as pessoas fazem parte do processo de construção de padrões para a excelência nas Escolas. Panoramas estruturados em redes onde o professor não é figura solitária, mas sim, articulador multidisciplinar capaz de facilitar a aprendizagem de todos e de cada um pode ser um vestígio da existência de qualidade e excelência. Assim é capaz de inovarmos rumo à democracia – seja ela objeto de sonhos solitários ou simplesmente apelos infundados de gestores pouco preparados. Nesse momento de inquietudes e mudanças sociais, econômicas e educativas a educação brasileira necessita novas perspectivas teóricas, temáticas inovadoras e propostas práticas para mobilizar a consciência de administradores educacionais, gestores e docentes. Para que consigamos alavancar uma educação transformadora, é necessário que ocorra uma convergência da consciência dessas três instâncias engajadas com o desenvolvimento de propostas educacionais articuladas com as necessidades individuais, sociais e ambientais dos nossos tempos. Isso tudo em ambientes públicos, particulares, com recursos limitados ou em plena saúde financeira, com profissionais despreparados ou não, porém, com o mesmo compromisso – formar um cidadão crítico, articulador e suficientemente capaz de diminuir sofrimentos promovendo a excelência acerca da humanização da realidade e da vida de toda uma Nação. Não venho oferecer mais uma milagrosa reforma de ensino para ser adicionada a um infinito número de outras já divulgadas no decorrer de nossa história. O que permeia essa proposta é a reconstrução do que temos atualmente, ou seja, uma estrutura educacional composta por humanos habilitados, criativos e com recursos capazes de fazer da Escola um espaço de transformação pessoal, institucional e social, tanto no cultural e científico como em valores humanos, éticos e espirituais. Busca-se uma Escola como agente social criativo caracterizado pela complexidade, consciência de metas compartilhadas, liderança transformadora e caráter ético.